Biblioteca Municipal Avertano Rocha irá se aproximar da comunidade e estudantes do Enem
“Não seria maravilhoso o mundo se as bibliotecas fossem mais importantes que os bancos?”. A frase da personagem Mafalda, idealizada pelo cartunista argentino Quino, atravessa décadas se mantendo atual. Mesmo em meio às novas tecnologias, as bibliotecas preservam o encanto de um espaço onde se trocam informações e afetos.
Celebrado em 9 de abril, o Dia Nacional da Biblioteca tem como objetivo incentivar a leitura como ferramenta base para a educação e formação dos indivíduos. A data surgiu em referência à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca e pelo Dia do Bibliotecário, ambos instituídos a partir do decreto federal nº 84.631/1980.
Um ano antes de comemorar seus 50 anos de vida, a Biblioteca Pública Municipal de Belém “Avertano Rocha” (BPMAR), vinculada à Prefeitura Municipal de Belém /Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), recupera o fôlego com a nova gestão. Mesmo com a visitação suspensa desde março de 2020, com o início da pandemia, já há um cronograma de projetos para aproximar a BPMAR da comunidade e dos estudantes que irão prestar o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).
Com o olho no passado e as mãos no futuro
O resgate do papel social do espaço remonta ao ano de 1997. Foi ali que a Biblioteca Municipal Avertano Rocha teve sua primeira reforma, depois de a estrutura do local ter se mudado para três espaços diferentes. “A importância da gestão do Edmilson na valorização da Avertano Rocha é imensa. Foi na primeira gestão dele que esse prédio foi reconstruído. Existiam apenas pedaços de paredes e escadarias. Este prédio foi praticamente reerguido naquela gestão, uma reivindicação também da população de Icoaraci”, destaca Gorette Gonçalves, diretora da Biblioteca Avertano Rocha e servidora do espaço há 25 anos.
A BPMAR possui como espaços de extensão a Biblioteca Pública Municipal Maria Lúcia Medeiros, Setorial Mosqueiro, e a Biblioteca Setorial João Carlos Pereira, no bairro do Tapanã. Assim que a pandemia permitir, a Avertano Rocha irá iniciar dois projetos. O “Boca da Noite”, que fará com que a comunidade do entorno fique nas escadarias do suntuoso chalé – com quase 900 m2 -, para ouvir contação de histórias, entre em contato com as lendas amazônicas e conheça a própria história de Icoaraci.
O segundo projeto será o “Pensando o Enem”, dedicado aos estudantes que prestarão o exame nacional de ensino médio. A BPMAR irá convidar, regularmente, professores de conteúdos para o ENEM. Além da realização de aulas e palestras, irão dar suporte para estudos no áudiovisual. A informatização do espaço também é uma meta, com a disponibilização de 19 computadores.
“As bibliotecas têm o papel de desenvolver a política publica do livro, leitura e literatura. Para isso, a gente precisa planejar ações que possam dar conta disso”, reforça Gorette.
O espaço conta com um acervo de quase 20 mil peças, entre livros, revistas, jornais e brinquedos. Antes da pandemia, a Biblioteca Avertano Rocha recebia uma média de 200 visitas diárias.
A mágica dos livros
“Eu acho difícil falar sobre a sobrevivência das bibliotecas em tempos digitais, sem me emocionar. Porque sou de uma geração que se encantava com o cheiro do livro novo. Então, tem todo um aspecto físico e afetivo do livro, as cores, a importância da diagramação, da capa.
Acho que o livro nos dá uma referência que o digital ainda não proporciona, que é o tátil. Nós lemos e entendemos o mundo não só através dos olhos, mas das mãos”, pontua o presidente da Fumbel, Michel Pinho.
E é assim, valorizando o encanto dos livros e exercendo um papel social determinante para a inclusão das pessoas na era da informação, que a Biblioteca Avertano Rocha se prepara para comemorar seus 50 anos. Um espaço democrático do saber, que acolhe desde a dona de casa, a criança que chega ao lugar atrás de um simples brinquedo, até grandes pesquisadores.
Bibliotecas comunitárias
Além das bibliotecas públicas municipais, a população de Belém conta com a Rede de Bibliotecas Comunitárias Amazônia Literária.
Criada em 14 de agosto de 2017, a Rede é composta por sete bibliotecas comunitárias distribuídas em bairros periféricos de Belém, onde não existe a presença do Estado. A principal bandeira é a luta pela leitura como um direito humano e também pela Política do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.